Burnout – Importante falarmos sobre o tema. Aceitar, enfrentar para superar!

Burnout – Importante falarmos sobre o tema. Aceitar, enfrentar para superar!

É importante falarmos muito ainda sobre o burnout! Apesar deste assunto estar sendo amplamente explorado nestes dois anos e meio há muitos tabus, e, acima de tudo porque o tema não é novo, tem sido amplamente pesquisado mais de 40 anos.

E o que é o burnout?

O burnout é definido como uma síndrome decorrente do estresse crônico no local de trabalho que não foi administrado com sucesso.

Em 2021 a Gallup publicou o estudo “Perspective on Employee Burnout: Causes and Cures” exibindo que muitos profissionais se sentem oprimidos por expectativas conflitantes e com as demandas concorrentes. Neste sentido, destacam que a tecnologia foi um destes aspectos que contribui ainda mais para o esgotamento porque o profissional permanece conectado e não se desliga da vida profissional quando está fora dela. O estudo mostra que 28% dos colaboradores que atuam em tempo integral relataram sentir-se exaustos no trabalho “muito frequentemente” ou “sempre”. Enquanto 48% relataram sentir-se esgotados “às vezes”.

A conclusão do estudo é que de cada 10 profissionais, 8 sofrem de esgotamento no trabalho, claro que não dá para afirmar que todos tem a Síndrome de Burnout, mas muitos podem estar sobrecarregados, portanto, num estágio anterior que requer atenção e tem potencial para tratar precocemente.

Nesta pesquisa os profissionais esgotados são 63%, portanto, mais propensos a adoecer e faltar no trabalho, e ainda destes 2,6 vezes provavelmente tem intenção de mudar de trabalho. E dos que ficam na empresa, 13% tendem a não confiar em si, ficam apáticos, sem energia e resistentes para participar de projetos de desenvolvimento, consequentemente há queda na produtividade como consequência. Destacam ainda que os efeitos não são somente durante a jornada do trabalho. Para aqueles que estão com alto nível de esgotamento, além de afetar a produtividade no trabalho também não conseguem administrar suas responsabilidades pessoais e familiares, tornando-se 23% propensos a terem crises e sintomas físicos e mentais. Como consequência recorrem aos atendimentos de emergências nos hospitais.

Quem são os profissionais mais propensos ao esgotamento?

Há algumas décadas Hebert Freundeberger identificou em suas pesquisas que são dois perfis com maior risco de esgotamento, os “indivíduos particularmente dinâmicos e propensos a assumir papéis de liderança ou de grande responsabilidade; e os idealistas que colocam grande empenho em alcançar metas”.

Claro que não há uma regra, mas os profissionais altamente engajados que entregam um alto nível de produtividade e superam os seus limites profissionais acumulando cargas de trabalho, além do que pode realizar e ainda suportando toda pressão, estão entre os mais predispostos a sofrer com o burnout.

É o seu caso? Você está esgotado física e mentalmente? Sua produtividade caiu? Saiba que não está sozinho nesta jornada!

É muito importante prestar atenção aos diversos sintomas! Estes são tanto físicos como mentais que vão surgindo, além disso costuma são confundidos com outros diagnósticos. Portanto, se você está sentindo dores constantes de cabeça, de estomago, crise de ansiedade/ e ou de pânico, insônia, irritabilidade, falta de foco, apatia, entre outros tantos sintomas. E, ainda tem feito visitas constantes ao pronto socorro? Acompanhados daqueles dias em que não tem energia para levantar da cama.

Procure ajuda!

Já vivenciei essa dor e sofrimento e sei o quão é complexo lidar com todas as intercorrências que nosso corpo e nossa mente manifestam, especialmente no ápice do esgotamento. No meu caso toda semana ia ao pronto socorro. Do outro lado, tinha os desafios no trabalho que tentava enfrentá-los como sempre fiz. Só que era diferente! Percebi que quanto mais me empenhava para me manter produtiva, comprometida e focada a fim de cumprir com as minhas responsabilidades e metas, fator extremamente relevante no ambiente corporativo, mais os sintomas emergiam em meu corpo, e os piores eram as crises de enxaqueca, de sinusite e os picos de pressão alta foram os mais constantes.

Ainda lembro da primeira consulta com o cardiologista em 2002 que me aconselhou a sair do emprego, respondi que estava num momento muito bom profissionalmente e não desejava mudar de trabalho. Enfatizei que tinha bons hábitos de autocuidado e já fazia terapia e estava com consulta agendada com o psiquiatra, manteria minha rotina com as atividades físicas e uma boa alimentação. Naquele período não era opção pedir demissão, assim como não é para muitos profissionais por diferentes motivações, sejam elas pela sobrevivência, por gostar do seu trabalho e ou por outros anseios. No meu caso levei dois anos para ter coragem de pedir demissão.

Na atualidade, felizmente muitas empresas estão implantando ações para apoiar os profissionais no enfrentamento deste problema. Contudo, entendo que uma parte é responsabilidade específica de cada profissional, a AUTORRESPONSABILIDE e o AUTOCUIDADO. E, se você atua como profissional independente ou é empreendedor, como eu, por experiência saliento que os cuidados devem ser redobrados por conta da intensa jornada e acúmulo de responsabilidades.

Teríamos ainda muitos argumentos para expor, mas quero compartilhar algumas estratégias e conselhos que podem auxiliar você a descansar e renovar suas energias.

É interessante enfatizar que o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para você, então não se frustre caso necessite de um outro tipo de ritual.

1º É muito importante aceitar que está com o Burnout

É muito comum negarmos que estamos em nosso limite! Entretanto, nada pode mudar a menos que você reconheça o que está sentindo e onde você está sendo produtivo. Estar esgotado não é sinal de fraqueza! Vivemos num mundo de profundas transformações, de incertezas inclusive no contexto do trabalho, e em que temos necessidades de sermos compensados por conta da “cultura” do saber, do fazer, da expansão tecnologia, entre outros desafios e fatores que tanto corroboram para nosso desgaste físico e emocional.

Aceitar que está esgotado e buscar auxilio para ter certeza do diagnóstico é um passo fundamental!

2º Descanse quando puder! Faça pausas

Nem sempre estamos produtivos para realizar as diversas demandas e ao mesmo tempo! Procure fazer pequenas pausas durante o dia no trabalho para tomar água, café, levantar e dar uma volta, mesmo que seja ir até a janela e olhar a paisagem, ouvir uma música, não fazer nada e só respirar. As pausas são importantes tanto no trabalho remoto como no presencial.

Outro aspecto importante é dedicar um tempo para você. Organize suas coisas pessoais, não deixe sua vida no piloto automático. Há quanto tempo você não reflete sobre como está a sua vida?

Tente comportar-se nos momentos do descanso como se fosse seu trabalho em tempo integral.

3º Busque envolver-se com alguma atividade que tenha prazer

O que você gosta de fazer? Passar tempo com amigos. Caminhar. Ler. Ouvir músicas. Tocar um instrumento. Fazer uma refeição tomando um bom vinho. Ir para praia. Tirar um longo cochilo após o almoço. Entre outras tantas atividades!

Sabe aquelas pequenas coisas que você gosta e não faz há um tempo, podem ajudar a reabastecer sua motivação e energia e inundar seu cérebro com hormônios benéficos tanto para sua saúde física como para a mental.

Escolha alguma(s) atividade(s) que te traz alegria e torne a(s) prioridade(s) em sua agenda!

4º Dê tempo ao tempo

Você foi diagnosticado com Burnout? Tente não colocar um prazo para sua recuperação completa. Nem sempre tudo voltará após um período de descanso, seja ele de licença ou férias. Nem sempre tudo voltará ao normal após um período de descanso, seja ele de licença ou férias. Geralmente não retornamos tão produtivo quanto antes, então não queira estimar quando estará pronto novamente.

Portanto, é muito importante aceitar suas limitações e ter consciência dos fatores que estão sendo os estressores para você e como pode gerenciá-los. Neste sentido é imprescindível investir no AUTOCUIDADO e no AUTOCONHECIMENTO.

Evite também fazer autocríticas, pois isso tende a tirar ainda mais sua energia e motivação. Foque no que está indo bem!

5º Compartilhe com pessoas de sua confiança

Nem sempre conseguimos lidar com este momento sozinho. Nesta hora é fundamental buscar apoio com alguém próximo a você que irá contribuir com outras perspectivas, conselhos e até mesmo suporte profissional para enfrentar e superar.

Lembre-se que essa rede de apoio é muito valiosa!

Se você quer saber mais sobre o assunto, e ou necessitar de um apoio acesse o site www.superandooburnout.com.br. Siga-nos no Instagram @superandooburnout.

Autora: Rosangela Zarza