Equilíbrio Emocional de Novo
Olimpíadas e Copa do Mundo são eventos que sempre trazem à tona o tema equilíbrio emocional. Foi assim em 98 quando perdemos a Copa na França, ou quando depois das Olimpíadas em 2016 tornou-se público a depressão enfrentada por Phelps. E agora com a desistência de Biles das provas nas Olimpíadas de Tokyo. Além de muitos outros atletas que assim como Biles tiveram coragem para expor sua dor e assumir sua vulnerabilidade diante de todos.
O que podemos perceber é que todos tem em comum um ambiente extremamente exigente, onde é quase uma obrigatoriedade ser um medalhista, um campeão.
Assim como no esporte vemos nas organizações um culto à superação constante de performance, à competição, a uma busca constante por profissionais perfeitos.
No centro deste cenário tanto no ambiente dos esportes como no corporativo há muita pressão, além das incertezas que estamos vivenciando a cada dia, e nem sempre conseguimos dar conta internamente de atender às demandas externas. É importante olhar para si e fazer escolhas, mesmo que elas sejam difíceis, e focar no que importa: nossa saúde mental.
Lidamos com a autocrítica constantemente e isso também se mostra um desafio gigantesco para uma camada de profissionais, sejam eles atletas ou não.
Muitas vezes deixamos de tomar uma decisão em prol da saúde mental, seja ela simples como declinar de uma reunião no horário do almoço, silenciar as notificações do celular, e até mesmo as mais complexas como pedir uma transferência de área ou de cidade, recusar um grande projeto, entre outras. E assim continuamos aceitando os inúmeros ‘desafios’ que nos façam parecer com os super-heróis, porque assumem todas as responsabilidades para si, aceitando e fazendo de tudo para vencer sempre.
Na ânsia para vencer nem sempre conseguimos ter autoconsciência para usar as estratégias que nos permitam fazer boas escolhas.
Nem todos temos essa consciência do que me faz bem e quando estou bem ou não, e o nosso piloto automático dirigido pelas crenças que devemos dar conta de tudo, ter o melhor desempenho para não perder o emprego, ou o cliente, ou ter que aproveitar aquela oportunidade única que nunca mais vai aparecer.
Mas, vale a pena desistir de algo significativo na sua carreira por você? Qual o preço dessa escolha?
Simone Biles fez uma escolha preferindo sua saúde mental. Ela mencionou “fisicamente, me sinto bem”, mas “emocionalmente tem variado com o momento”. Explicou que estar diante dos holofotes como estrela principal das Olimpíadas não tem sido fácil.
Usualmente somos julgados por um momento e não pela nossa trajetória. Além da nossa autocritica há crítica de outras pessoas que não sabem exatamente o que passamos, como chegamos aonde estamos e o que nos levou a tal decisão.
E a decisão sempre será de cada um de nós. Ninguém pode cuidar da nossa saúde mental senão nós mesmos.
O convite que a atitude de Biles nos faz é: coloque sua saúde em primeiro lugar. Reflita sobre aquilo que verdadeiramente te faz bem.
Como a atitude de Biles, ressoou em você?
Autoras: Andrea Sarno e Rosangela Zarza
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