Poder dos Hábitos: Entre a Consciência e a Ação
“Nós não estamos no controle; os princípios estão. Nós controlamos nossas ações, mas as consequências que fluem destas ações são controladas por princípios.” Stephen Covey
Hoje quero falar com vocês sobre o hábito e, para isso, recorro à definição de Stephen Covey: “um hábito é definido como a interseção entre conhecimento, capacidade e vontade.” Ou seja, para que algo se torne um hábito em nossas vidas, é necessário ter o entendimento do que fazer (conhecimento), a habilidade de executá-lo (capacidade) e a motivação para praticá-lo (vontade). É essencial querer mudar e ter consciência da necessidade dessa mudança.
Em Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, Covey menciona que os hábitos são padrões de comportamento que frequentemente operam de forma inconsciente e coerente, expressando nosso caráter no dia a dia e influenciando nossa eficácia pessoal e relacional. Ele enfatiza que hábitos podem ser aprendidos ou desaprendidos com dedicação, moldando quem somos e o rumo de nossas vidas.
Que correlação podemos fazer entre hábito e procrastinação?
Covey destaca a importância dos hábitos na formação do caráter e na eficácia pessoal, sugerindo que hábitos poderosos podem tanto impulsionar quanto prejudicar nossos resultados, dependendo de sua natureza. Embora ele não mencione diretamente a procrastinação, aborda comportamentos que revelam falta de disciplina na gestão de prioridades.
Ao falar sobre hábitos que impedem a ação eficaz, Covey reforça a importância da proatividade, da priorização e da autorrenovação, elementos fundamentais para combater a procrastinação. Esta, por sua vez, pode ser vista como um hábito prejudicial que compromete a produtividade, o equilíbrio e o crescimento pessoal.
Covey enfatiza ainda que hábitos podem ser transformados por meio de esforço consciente, indicando que a procrastinação, embora desafiadora, é passível de mudança. Assim, a procrastinação é um hábito que pode ser interrompido e substituído por comportamentos proativos e uma gestão eficaz do tempo, fortalecendo o caráter e a eficácia pessoal.
Como mudar os hábitos?
Existem muitos caminhos e estratégias para mudar hábitos. É uma tarefa desafiadora, pois tendemos a buscar o que é mais fácil e confortável. Vou compartilhar duas abordagens.
A primeira, baseada nos ensinamentos de Covey, propõe um olhar profundo, fundamentado no autoconhecimento e na autoconsciência, e envolve as seguintes etapas:
- Desenvolver uma Declaração de Missão Pessoal: refletir sobre seus valores, princípios e objetivos mais profundos, orientando suas decisões diárias. Concentrar-se no que você deseja ser e fazer, a fim de fortalecer sua autonomia e foco.
- Identificar seus Valores Fundamentais: reconhecer o que realmente tem motiva e importa — integridade, família, saúde, inovação, entre outros.
- Planejar com base na sua Visão de Vida: agir alinhado à sua missão pessoal e valores. Usá-las como guia para tomada de decisão.
- Praticar a autoconsciência e a autogestão: manter-se atento às emoções e reações, questionando-se se suas escolhas refletem seus valores essenciais.
- Estabelecer compromissos e ações alinhados: fazer promessas específicas e mantê-las reforça a integridade e fortalece o caráter.
- Revisar e renovar seus princípios periodicamente: a transformação é contínua, exigindo reflexão regular e ajustes necessários.
- Praticar a coerência diária: ações cotidianas reforçam identidade e autenticidade.
Essa abordagem conduz a decisões mais conscientes e alinhadas ao propósito de vida, promovendo satisfação e equilíbrio.
A segunda é mais pragmática, foi extraída do livro Hábitos Atômicos, de James Clear. Sugere que, para formar bons hábitos, é necessário eliminar os maus e simplificar o processo:
- Começar pequeno com a Regra dos Dois Minutos: iniciar com ações que levem menos de dois minutos.
- Mapear a porta de acesso: identificar a ação mais simples que conduz ao hábito desejado. Se for a leitura coloque o livro ao alcance do seu olhar.
- Empilhar e vincular hábitos: associar o novo hábito a um já existente, como depois de tomar o café da manhã meditar por 60 segundos.
- Redesenhar o ambiente: facilitar a lembrança e a execução do hábito. Exemplo: coloque o violão em lugar visível na sala para estimular a prática regular.
- Implementar intenções de implementação: definir quando, onde e como o hábito será praticado.
- Criar rituais de início: desenvolver pequenos rituais que iniciem a prática, como colocar o livro na frente do sofá na hora de assistir TV.
- Persistir e repetir: repetir consistentemente até o comportamento se tornar automático.
Para Clear, a mudança de hábitos ocorre por meio de pequenas melhorias diárias e repetição contínua, até que o comportamento se torne parte do cotidiano sem exigir esforço consciente.
Enquanto Covey vê a mudança como um processo interno e profundo de transformação de paradigmas, Clear enxerga como um processo incremental e automático, baseado na repetição de comportamentos.
E você? Como lida com os novos hábitos? Mais no estilo Covey ou Clear?
Autora: Rosangela Zarza
A imagem do artigo foi criada pelo autora no Canva com a ajuda do ChatGPT 4.5.
