Quem Mexeu no Meu Queijo? Um olhar pessoal sobre mudanças, ego, coragem e liderança em tempos de incerteza
Introdução
Em 2002, durante minha formação como Black Belt em Six Sigma na Telefônica, fui convidada a ler e refletir sobre o livro Quem Mexeu no Meu Queijo?, de Spencer Johnson. À época, mergulhada em projetos multidisciplinares, desafiada a liderar mudanças em ambientes complexos e cercada de diferentes perfis profissionais, essa leitura foi um ponto de apoio — quase um “mapa do labirinto” que me ajudou a lidar com os desafios emocionais e comportamentais do trabalho em equipe.
Revisitar essa obra mais de 20 anos depois, agora em 2025, foi como reencontrar um velho amigo. E o mais curioso: ele continua atual.
A metáfora que nunca envelhece
Na parábola, o “Queijo” representa aquilo que buscamos: segurança, sucesso, estabilidade, reconhecimento. E o “Labirinto” é a vida — cheia de caminhos, becos sem saída, surpresas e mudanças.
Dois ratos (Sniff e Scurry) e dois duendes (Hem e Haw) percorrem esse labirinto em busca do Queijo. Quando ele desaparece, cada personagem reage de forma diferente. É nesse ponto que a metáfora revela sua força: como você lida com a mudança? Você age, paralisa, resiste ou se adapta?
Na prática: o Queijo nos projetos Six Sigma
Na época da minha certificação, os projetos Six Sigma exigiam que eu liderasse times compostos por profissionais de diversas áreas: tecnologia, processos, finanças, marketing… Cada um com suas expertises, mas também com seus medos, egos, hábitos e formas de ver o mundo.
Não era só uma questão de seguir a metodologia. Era sobre lidar com a zona de conforto de cada um, com a resistência ao novo, com a dificuldade de aceitar que o Queijo havia mudado de lugar. Eu mesma precisei aprender a:
- Lidar com o imprevisível (nem tudo estava sob meu controle);
- Abrir mão de certezas e confortos;
- Tomar decisões mesmo com medo;
- Ter coragem para recomeçar diante dos erros.
Foi nesse contexto que o livro me ofereceu um mapa emocional. Mostrou que resistir à mudança é humano, mas aceitar e agir é o que nos move adiante. Assim como Haw, precisei rir de mim mesma, ressignificar a jornada e seguir caminhando no labirinto — mesmo sem ver o Queijo à frente.
Do labirinto para o mundo corporativo atual
Hoje, nos atendimentos individuais e com equipes, percebo que os temas centrais do livro continuam vivos:
- Mudança: inevitável, constante e muitas vezes fora do nosso controle.
- Medo: real, mas que pode ser superado com pequenas ações e novas crenças.
- Flexibilidade: uma competência essencial para qualquer profissional, de qualquer área.
- Segurança psicológica: um conceito que, assim como o livro, valoriza ambientes onde podemos errar, questionar e mudar sem medo.
Aliás, Quem Mexeu no Meu Queijo? se conecta perfeitamente com o pensamento de Amy Edmondson em Organizações sem Medo. Para que as pessoas avancem em seus labirintos, é preciso que se sintam seguras para explorar, experimentar, errar e aprender.
Frases que ainda ecoam
Compartilho aqui algumas frases que anotei na época e que continuam poderosas:
- “Cheire o Queijo com frequência para saber quando está ficando velho.”
- “O movimento em uma nova direção ajuda a encontrar um Novo Queijo.”
- “Imaginar-me saboreando o Novo Queijo, antes mesmo de encontrá-lo, conduz-me a ele.”
São lembretes simples, mas profundos, de que a ação, a antecipação e a visualização positiva são ferramentas transformadoras.
Uma reflexão para o agora
Talvez você esteja em um momento de transição, liderando um time diante de mudanças, enfrentando incertezas na carreira ou reavaliando seus objetivos. Se for o caso, deixo uma pergunta:
Você está esperando que o Queijo volte ou está disposto a entrar no labirinto novamente?
Aqui na Andaro, acreditamos no poder da mudança consciente, segura e com propósito. Se quiser refletir mais sobre isso com a sua equipe, estamos prontos para caminhar junto nessa jornada.
Autora: Rosangela Zarza
A imagem do artigo foi criada pelo autora com o auxilio do ChatGPT.
Artigos Relacionados
